ESRS: As novas normas de reporte de sustentabilidade na Europa

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A transição para uma economia mais sustentável está a ganhar força na Europa, e as empresas portuguesas não estão imunes às novas exigências. Com a entrada em vigor dos European Sustainability Reporting Standards (ESRS), definidos no âmbito da Directiva de Reporte de Sustentabilidade Corporativa (CSRD), inicia-se uma nova era de transparência e responsabilidade nas práticas ambientais, sociais e de governação (ESG).

Em Portugal, o impacto dos ESRS já se faz sentir junto das organizações obrigadas a alinhar-se com estas normas. O objetivo é claro: fornecer aos investidores e à sociedade informação comparável, fiável e relevante sobre o desempenho de sustentabilidade das empresas. Esta mudança exige novas competências, maior rigor na recolha de dados e integração da sustentabilidade na estratégia empresarial.

O que são os ESRS e a quem se aplicam

Os European Sustainability Reporting Standards são um conjunto de normas técnicas desenvolvidas pelo EFRAG (European Financial Reporting Advisory Group) para uniformizar o reporte de sustentabilidade no espaço europeu. Estes padrões entram em vigor de forma faseada, com aplicação progressiva a diferentes tipos de empresas:

  • Desde 2024: grandes empresas já abrangidas pela NFRD (Diretiva de Relato Não Financeiro);
  • Em 2025: grandes empresas atualmente fora do âmbito da NFRD (com mais de 250 trabalhadores e/ou volume de negócios superior a 40 milhões de euros);
  • Em 2026: PME cotadas em bolsa.

No contexto de ESRS Portugal, esta obrigatoriedade impõe novos desafios às organizações nacionais, especialmente no que toca à recolha e validação de dados ESG, à avaliação de duplo impacto material e à prestação de contas mais estruturada.

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Principais mudanças introduzidas pelos ESRS

ESRS Portugal Report

A adoção dos ESRS representa uma evolução significativa face às práticas de reporte anteriores. Entre as mudanças mais relevantes, destacam-se:

  • Obrigatoriedade de reporte com base em duplo materialidade: ou seja, as empresas devem reportar não só como os fatores ESG impactam o seu negócio, mas também como as suas operações impactam o ambiente e a sociedade;
  • Integração do reporte de sustentabilidade no relatório de gestão, e não como documento separado;
  • Maior detalhe e granularidade dos dados: desde emissões de gases com efeito de estufa até práticas de diversidade e direitos humanos;
  • Verificação externa obrigatória da informação prestada, o que exige maior fiabilidade e rastreabilidade dos dados.

Estas normas trazem consigo um novo nível de exigência para os departamentos de sustentabilidade, financeiro, compliance e comunicação, obrigando à criação de equipas multidisciplinares capazes de garantir a conformidade.

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Como preparar a organização para os novos requisitos

A implementação dos ESRS em Portugal implica um esforço coordenado de capacitação interna, revisão de processos e adoção de ferramentas adequadas à recolha e análise de dados ESG. A formação dos quadros técnicos e de gestão é, por isso, um elemento fundamental neste processo.

O Iscte Executive Education disponibiliza duas formações altamente especializadas e orientadas para esta nova realidade:

Estas formações não só preparam os profissionais para responder às exigências regulamentares como também potenciam a criação de vantagens competitivas baseadas na sustentabilidade corporativa.

Benefícios do alinhamento com os ESRS para as empresas

ESRS portugal benefícios empresas

Apesar da sua complexidade, os ESRS em Portugal representam uma oportunidade estratégica para as empresas que se souberem adaptar. Entre os principais benefícios, destacam-se:

  • Acesso facilitado a financiamento sustentável e a investidores institucionais que privilegiam empresas com bom desempenho ESG;
  • Melhoria da reputação corporativa e da confiança dos stakeholders;
  • Capacidade de atrair e reter talento, especialmente entre as novas gerações que valorizam a responsabilidade social;
  • Maior resiliência organizacional face a riscos climáticos, sociais e reputacionais.

As organizações que encaram a sustentabilidade como parte integrante do seu modelo de negócio estarão melhor posicionadas para prosperar num mercado cada vez mais exigente e regulamentado.

Desafios e oportunidades para o tecido empresarial português

Em Portugal, muitas PME ainda enfrentam dificuldades na adaptação às exigências dos ESRS, quer por falta de recursos técnicos, quer por desconhecimento dos requisitos legais. Neste contexto, a capacitação e o apoio técnico são essenciais para garantir o cumprimento da diretiva europeia sem comprometer a sustentabilidade financeira das organizações.

Por outro lado, empresas mais ágeis e preparadas podem posicionar-se como líderes em transparência e responsabilidade, diferenciando-se no mercado e construindo relações de confiança duradouras com clientes, investidores e parceiros.

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ESRS Portugal oportunidades profissionais

A implementação dos ESRS em Portugal marca um ponto de viragem no compromisso das empresas com a sustentabilidade. Não se trata apenas de cumprir uma obrigação legal, mas de integrar a sustentabilidade no ADN da organização, através de práticas de reporte mais robustas, transparentes e alinhadas com os valores da sociedade contemporânea.

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Para apoiar profissionais e organizações neste caminho, o Iscte Executive Education disponibiliza formações especializadas com enfoque prático e atual, como a Pós-Graduação em Relato de Sustentabilidade com Foco nos ESRS e a Pós-Graduação em ESG Reporting e Gestão Sustentável.

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