ESG: Como as empresas portuguesas podem adaptar-se às novas exigências

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A crescente relevância dos critérios ESG (ambientais, sociais e de governação) está a reconfigurar o modo como as empresas operam, comunicam e se posicionam no mercado. O panorama regulatório europeu sofreu uma profunda transformação com a entrada em vigor da Corporate Sustainability Reporting Directive (CSRD) e a adoção dos European Sustainability Reporting Standards (ESRS), afetando diretamente o contexto de ESG em Portugal.

A conformidade com estes novos regulamentos não é apenas uma exigência legal — é um imperativo estratégico. As empresas que não integrarem a sustentabilidade nos seus processos e sistemas de reporte arriscam perder acesso a financiamento, a clientes institucionais e à confiança dos consumidores. Por outro lado, aquelas que liderarem esta transição poderão destacar-se como referências em transparência, inovação e responsabilidade social.

O que mudou com a nova regulamentação ESG

A regulamentação ESG tem evoluído de forma significativa, exigindo uma abordagem mais estruturada, rigorosa e integrada da parte das empresas. Com a entrada em vigor da CSRD e dos ESRS, as organizações são agora obrigadas a:

  • Integrar os relatórios de sustentabilidade nos relatórios de gestão, com igual nível de fiabilidade e importância;
  • Adotar o princípio da dupla materialidade, avaliando o impacto dos fatores ESG tanto na empresa como no seu impacto no meio ambiente e na sociedade;
  • Submeter a informação ESG a verificação por auditor externo, garantindo consistência e fiabilidade;
  • Recolher dados detalhados sobre emissões, cadeia de valor, práticas laborais, diversidade, entre outros indicadores.

Em Portugal, esta nova vaga regulamentar está a ser implementada de forma faseada, afetando inicialmente grandes empresas e, gradualmente, PME cotadas e outras organizações com atividade económica significativa.

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Como as empresas portuguesas se podem adaptar

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O sucesso na adaptação às novas exigências ESG passa por transformar processos, capacitar equipas e investir em tecnologia de monitorização e análise de dados. No entanto, um dos fatores mais críticos continua a ser a formação. É fundamental que os decisores, gestores e técnicos responsáveis pelo reporte compreendam em profundidade os requisitos legais e saibam aplicá-los no contexto do seu setor.

Nesse sentido, o Iscte Executive Education disponibiliza programas especialmente desenhados para preparar os profissionais e as organizações para este novo cenário:

  • Pós-Graduação em Relato de Sustentabilidade com Foco nos ESRS: Desenvolvida especialmente para profissionais das áreas de contabilidade, auditoria, finanças e sustentabilidade, esta formação oferece uma preparação prática e aprofundada sobre os standards europeus de relato de sustentabilidade (ESRS). É indicada para quem necessita de dominar os requisitos regulatórios e implementar práticas eficazes de reporte não financeiro no contexto empresarial português.

  • Pós-Graduação em ESG Reporting e Gestão Sustentável: Dirigida a gestores, quadros superiores e responsáveis por áreas como sustentabilidade, compliance, estratégia e relações com investidores, esta pós-graduação capacita os participantes para integrar indicadores ESG na gestão estratégica da organização. Ideal para quem procura liderar com impacto positivo, conciliando desempenho financeiro com responsabilidade ambiental e social.

Estas formações são essenciais para garantir a compliance legal e a competitividade num mercado cada vez mais exigente em matéria de sustentabilidade.

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Vantagens competitivas da integração ESG

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Para além da conformidade com as obrigações legais, a integração dos princípios ESG oferece às empresas um conjunto significativo de benefícios:

  • Melhoria da reputação e da confiança junto dos stakeholders, incluindo clientes, parceiros e reguladores;
  • Acesso privilegiado a financiamento verde e investimento responsável, cada vez mais valorizado por instituições financeiras;
  • Atração e retenção de talento, particularmente entre profissionais jovens e qualificados que valorizam o propósito e os valores da organização;
  • Maior capacidade de inovação, resultante da integração de preocupações sociais e ambientais na estratégia de negócio;
  • Resiliência organizacional face a riscos externos como alterações climáticas, pressão regulatória ou disrupções na cadeia de fornecimento.

Empresas que integram os critérios ESG no seu modelo de negócio demonstram uma visão de longo prazo, criando valor sustentável para todas as partes interessadas.

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ESG como parte da cultura empresarial

Integrar o ESG em Portugal não significa apenas cumprir uma diretiva europeia — trata-se de redefinir o papel da empresa na sociedade. O verdadeiro desafio está em transformar a sustentabilidade numa cultura corporativa, em que cada área e cada colaborador compreende e contribui para os objetivos ambientais, sociais e de boa governação.

Neste sentido, a liderança desempenha um papel fundamental. Cabe às lideranças seniores definir o tom e integrar a sustentabilidade no processo de tomada de decisão, nas metas estratégicas e nos indicadores de desempenho.

Conclusão

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O novo enquadramento legal de ESG em Portugal representa uma mudança de paradigma que exige preparação, visão e compromisso. Mais do que uma exigência legal, trata-se de uma oportunidade de transformar as empresas portuguesas em agentes de mudança, mais resilientes, responsáveis e competitivas.

O Iscte Executive Education apoia esta transformação com programas de formação de excelência, como a Applied Online Pós-Graduação em Relato de Sustentabilidade com Foco nos ESRS e a Applied Online Pós-Graduação em ESG Reporting e Gestão Sustentável, que combinam conhecimento técnico com aplicação prática, preparando os profissionais para os desafios reais do mercado.

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