O idoso que viveu, que errou, que venceu e que perdeu é, muitas vezes, o líder silencioso que não tem palco nem cargo, mas que tem autoridade.
"O envelhecimento da população deixou de ser apenas uma estatística para se tornar num dos maiores desafios sociais do nosso tempo. A esperança de vida cresce, mas o número de nascimentos decresce, e este desfasamento cria um desequilíbrio estrutural profundo. Vivemos mais, mas vivemos mais velhos e em piores condições, e o peso desta realidade recai inevitavelmente sobre a forma como cuidamos daqueles que já nos cuidaram."
"E aqui entra a questão: a ausência de cuidados prestados pelas famílias. Não falo apenas de apoio material ou financeiro, mas do essencial — a presença, a escuta, o carinho, o acompanhamento. Muitos idosos, mesmo cercados de pessoas, vivem em solidão. A sociedade que conheço centra-se na produtividade, no imediato e no hedonismo e “arruma” os mais velhos como um fardo, entregando-os ao esquecimento, como se fossem um mal a transportar. Esse esquecimento é, no fundo, um abandono disfarçado."
"O modo como uma sociedade trata os seus idosos diz mais sobre essa sociedade do que todos os seus índices de crescimento económico. E a verdade é simples: abandonar os mais velhos é abandonarmo-nos a nós mesmos. E muitas vezes para que isto aconteça basta o pretexto de umas férias." reforça José Crespo de Carvalho, presidente do Iscte Executive Education
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