O “bom aluno” é muitas vezes o “bom colega”,
o “bom líder”, o “bom cidadão”.
Não porque sabe mais, mas porque aprendeu cedo a responsabilizar-se mais.
"O domínio das frases feitas e narrativas fáceis, prolifera nas redes sociais e brinda-nos com ideias como esta: “Não são os 20 valores que te levam mais longe. É a tua atitude, a resiliência e o impacto que crias no mundo.” À primeira vista, parece um cântico que nos leva à superação, mas, de forma mais atenta – a mais importante é não mais que uma perigosa glorificação do desleixo e da
superficialidade, uma tentativa de substituir mérito por retórica."
"Há, atualmente (não é atual!), uma espécie de culto do mau aluno em Portugal e em alguns países menores (em tempos o bom aluno era o marrão; agora é o que não tem competências sociais; mudam-se os tempos..), disfarçado de narrativa alternativa. É o aluno que nunca teve boas notas, mas que, em vez de refletir sobre isso com sentido crítico, decide que o problema está no sistema, na métrica, na exigência. E, vai dai, vira-se para um novo léxico de legitimação: “o que conta é a inteligência emocional. O importante é ter impacto. O que interessa é ser resiliente.”
"Será que estas pessoas sabem, de facto, o que está por trás de um 20? Sabem o que implica manter uma média elevada? Sabem o que custa chegar ao topo, quando o topo exige não apenas inteligência, mas disciplina, sacrifício, privação e uma persistência quase diária?" reforça José Crespo de Carvalho, Presidente do Iscte Executive Education.
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