"A liderança deixou de ser um campo de batalha onde mandava quem era mais forte. Deixou? Não te enganes: é daí que tudo vem. Seguir o mais forte — ou quem parece ser mais forte — é um instinto que carregamos na pele há milénios. Num mundo ancestral, antigo, quem liderava era quem caçava melhor, protegia o grupo, vencia as guerras. Era quem garantia que a tribo sobrevivia. Essa força ancestral ainda vive em nós. É e será complexo apagar o peso da memória genética e da forma como se faziam as coisas. Mascarámos, antes, esta realidade com discursos de empatia, slogans de bem-estar e palavras bonitas sobre propósito. No fundo, porém, continuamos a seguir quem transmite força. Quem parece saber. Quem nos dá segurança. Sim, quem nos dá segurança. Mesmo que o faça em silêncio."
"O mundo mudou, verdade. E tu sabes isso. Hoje pede-se que o líder seja humano, empático, compreensivo. E é bom que o seja e que haja espaço para esta nova abordagem. O problema é que, na prática, esta ideia de liderança humanizada choca com uma outra realidade que é também tua: todos dizem querer viver em democracia, mas poucos querem decidir. Todos falam de liberdade, mas a maioria foge da responsabilidade que vem com ela. A liberdade é deliciosa até ao momento em que te pedem que assumas o resultado." salienta José Crespo de Carvalho, Presidente do Iscte Executive Education
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